Show Espontâneo

Voltei agorinha do último ensaio do Show Espontâneo. A idéia surgida em outubro de 2009 está a menos de uma semana de se materializar:

Refogado do Sandi apresenta: Show Espontâneo

“Lembra que o samba é pagão, mas tem por devoção ser feliz.” O trecho da música ‘Sandália de Prata’, de autoria do compositor jundiaiense Paulo Sérgio Silva, resume o espírito do show ‘Espontâneo’, em homenagem ao Bloco Carnavalesco Refogado do Sandi, que será realizado no dia 15 de maio (sábado), na sede central do Clube Grêmio C.P.

Sob a direção do experiente Carlos Pasqualin, o sambista boêmio Wandão subirá ao palco acompanhado dos músicos Claudinei Duran (violão de sete cordas e guitarra), Beto Silva (percussão), Sandrinho do Cavaco e Toninho do Surdo. Haverá ainda as participações especiais de Paulo Sérgio Silva, com sua composição, Paola Farya, vocalista da banda de rock Tônica, numa surpreendente roupagem de ‘Cachaça Mecânica’ (Erasmo Carlos), e do ator Ulisses Vertuan.

No repertório estarão canções que simbolizam a melhor tradição do Samba de Raiz e da Música Popular Brasileira (MPB), como ‘Feitiço da vila’ (Noel Rosa), ‘Cordas de aço’ (Cartola), ‘Coração leviano’ (Paulinho da Viola), ‘Esta melodia’ (Bubu da Portela e Jamelão), ‘E vamos à luta’ (Gonzaguinha) e ‘Viola Enluarada’ (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle).
“A idéia é oferecer um espetáculo musical muito bem elaborado, com refinamento em todos os detalhes cênicos, transformando o salão do clube numa casa de shows”, afirma Pasqualin. A iluminação levará a assinatura de Silviane Ticher, cujo currículo inclui trabalhos com artistas do peso de Antonio Fagundes.

O Refogado do Sandi foi fundado em 1994 pelo saudoso publicitário e jornalista Erazê Martinho, que assina a co-produção, ‘ in memorian’, ao lado da diretora do bloco Gisela Andrade Vieira. A produção é de Márcio Ferrazzo, com o selo da produtora ‘Alfaiataria de Idéias’.

Serviço:
Show Espontâneo
Data: 15 de maio
Horário: 20h30
Local: Sede Central do Clube Grêmio C.P. – Rua Rangel Pestana, nº 334. Fone: 2136-2077
Mais informações: www.twitter.com/alfaiates

Além do fim da farra

No dia 26 de janeiro deste ano, publiquei artigo no Jornal da Cidade, sobre os 10 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, completos hoje, motivo pelo qual posto novamente aqui:

Um dos principais marcos da modernização da gestão pública brasileira, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) comemora uma década em 2010. Ao limitar endividamento e gasto com pessoal, determinando sanções – inclusive penais – aos governantes incapazes de controlar os instintos primitivos da gastança, deu continuidade ao processo iniciado com a estabilização da moeda, através do Plano Real.
É certo que seu caráter punitivo não necessariamente coloca miolos nas cabeças dos políticos para que melhorem a qualidade dos gastos públicos e tampouco lhes empresta vergonha na cara para cumprirem promessas eleitorais. De qualquer forma, o fortalecimento das instituições se dá com tijolo por tijolo.
É verdade que a conta dos impostos ainda é desproporcional ao serviço prestado, mas ao menos já há a garantia de que nem só de bons modos depende o contribuinte – isso quando o assunto são os governos municipais e estaduais, pois a es(tratos)fera federal ainda permanece órfã da regulamentação, apesar de prevista na lei.
Desde a “Carta aos Brasileiros”, em que o PT pragmático se comprometeu com ajuste fiscal, câmbio flutuante, metas de inflação e essas barbaridades aos olhos da ala fundamentalista, o presidente Lula se dispôs não apenas a rezar a cartilha de Duda Mendonça, mas também a da estabilidade econômica.
Hoje na função de anfitrião da festa, em parte redimido do passado de pregação anti-qualquer coisa, proposta ou idéia de autoria dos “neoliberais” comandados pelo sociólogo FHC, tem a chance de se desculpar perante a nação pelo voto contrário à LRF da tropa petista no congresso: todos os 86 deputados e 8 senadores da época – não satisfeitos com a derrota parlamentar, ainda tentaram, sem sucesso, o tapetão judicial.
Mais do que pedir desculpas, poderia estar definitivamente perdoado se buscasse regulamentar a lei em nível federal e diminuísse o apadrinhamento populista, disciplinasse o bolsa família e promovesse as reformas estruturais de que o país precisa e sem as quais é mero jogo de cena se intitular social-democrata.
Difícil imaginar tamanha correção de rumo do governo sem contar na oposição com gente como o governador Mario Covas, pai moral do equilíbrio das contas públicas, antes mesmo de compor a letra da lei. Herdeiro da massa falida do Estado de São Paulo após governos de Quércia, Fleury e Maluf, a antítese da responsabilidade fiscal, política e tudo mais, suou para recuperar o vigor econômico do maior recolhedor de impostos da federação.
Que a festa, mais do que comemorar o fim da farra, signifique compartilhar com a sociedade a importância da racionalidade na gestão pública tanto quanto ela importa nas empresas e na família, assentando o alicerce para os próximos tijolos.