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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A partir da próxima semana, a coluna Mais Atitude! será reformulada. Criticar as atitudes dos senadores é redundância, mas não tocar no assunto é pior, porque "não se pode aceitar qualquer sacanagem ser coisa normal", como diz a música de Milton Nascimento e Fernando Brant:

Urubus do Senado

A matéria orgânica que alimenta os urubus do Senado é formada pela decomposição dos valores da sociedade. O dramaturgo alemão Bertold Brecht bem observou que as mazelas sociais nascem do analfabeto político.
O parasita Sarney, eleito senador por Amapá – apesar de todo mundo saber que ele coronelizou o Maranhão –, se sustenta justamente no comportamento de uma população pobre e ignorante.
Não podemos aceitar que nossos filhos herdem o país dos coronéis. Brasília é feito uma selva, em que o cidadão só tem acesso num simba safári. Todo mundo sabe que aqueles animais existem, mas ninguém quer se juntar a eles.
O povo, patrocinador do escândalo, não percebe que ao estufar o peito e dizer que se orgulha em não participar da política, age como um primata e é tragado por leões.

301 picaretas com anel de doutor

Não bastasse banalizar a esperança do eleitor, Lula se posiciona agora como o fiador da banalização das instituições democráticas. Sarney só se sustenta no cargo de presidente do Senado porque o projeto de poder do PT é tão obstinado quanto os que provocaram os atos secretos.
O antes radical que prometeu mudar toda a sujeira sobre a qual se sustenta hoje, na verdade se juntou ao grupo dos “300 picaretas com anel de doutor”, como adjetivou seus colegas quando deputado constituinte.
Sabe Lula que a aliança com o PMDB não é imortal feito a cadeira que Sarney ocupa na Academia Brasileira de Letras. Também não desperdiçaria o caminhão de dinheiro público que já despejou nos eventos de promoção da sua candidata à sucessão, a ministra Dilma, mãe do PAC (Programa de Aceleração da Candidatura), por causa de um anel no dedo que a população nem reparou.

Texto originalmento escrito para a coluna Mais Atitude!, que assino aos sábados no Jornal da Cidade.

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