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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Visões urbanas
Ilustrador: Insane
Contato: inn165@hotmail.com
Flickr: http://www.flickr.com/photos/insaneone
Congresso das cavernas

O Congresso Nacional está mesmo na contramão da sociedade. Além do lamaçal em que a maioria está submersa, os deputados se mostram míopes em relação ao uso da internet nas campanhas eleitorais, em face de projeto de lei discutido nesta semana.
O que eles querem é ganhar eleição distribuindo cesta básica e contando mentira. Ao ignorar o movimento experimentado no mundo desenvolvido, cuja campanha de Barack Obama é o maior exemplo, comprovam seu primitivismo engravatado.

O nobre deputado conhece o twitter?

O twitter, uma espécie de microblog, rede social que permite relacionamento rápido e cotidiano, tem sido utilizado para organizar grandes manifestações públicas. Até em países onde a liberdade é cerceada, como Irã e Moldávia, a ferramenta ajudou na organização de protestos políticos.
Já que os principais movimentos sociais do Brasil, incluindo a UNE, estão anestesiados com as verbas distribuídas pelo governo federal, imaginem a sociedade civil se organizar via twitter para dizer não às regras que os nossos políticos das cavernas querem instaurar.

Quem sabe faz a hora

Vejo toda a movimentação em torno da causa animal na Câmara Municipal e fico sonhando como seria bom se as políticas públicas para a juventude tivessem representantes com o mesmo gás dos vereadores Leandro Palmarini e Julião.
Até projeto que cria um órgão na prefeitura eles conseguiram aprovar. Apesar de a função do Legislativo não permitir que ele crie estrutura no Executivo, cumpriram a missão importantíssima de ventilar uma causa.

Pra não dizer que não falei de flores

O vereador Gustavo Martinelli – de 23 anos – que a juventude do PSDB ajudou a eleger, apresentou a proposta de instituição do Parlamento Jovem, sugerida pelo deputado estadual Bruno Covas, presidente nacional do segmento jovem do partido.

Panfletagem de idéias

O deputado federal José Aníbal visitou ontem o prefeito Miguel Haddad. Aníbal é um político de opinião. Está presente no cenário nacional debatendo e apresentando pontos de vista.
No encontro, pediu licença para panfletar cópias de seu artigo publicado na Folha de São Paulo em que, por ocasião de um ano da morte da Dona Ruth Cardoso, defendeu a política social baseada na distribuição de oportunidades, não simplesmente de dinheiro.

Política com alma

Discutindo sobre o PSDB nas eleições de 2010, afirmou que Alckmin é o candidato com mais chances para o governo do Estado, caso Serra concorra à presidência. Mas não deixou de emendar que precisará de coragem, andança e programa.
Apresentar um programa vai muito além de propostas pontuais. Trata-se de situar a alma do grupo político. Em tempos quando a palavra “gestão” está na moda – e o PSDB, inclusive, faz amplo uso dela – há de se trazer à tona que por trás de cada gesto político social-democrata há um princípio, fundamentado na busca por igualdade e democracia.

Na cadeira do Benassi

O atual líder do PSDB na Câmara dos Deputados é velho conhecido de Jundiaí. A primeira vez em que assumiu, saiu da suplência do então deputado federal André Benassi, que renunciou para assumir como prefeito de Jundiaí.

Expresso Scaringella

O secretário de Transportes, José Roberto Scaringella, me contou que vem aí uma linha de ônibus exclusiva para as faculdades, o Expresso Universitário. Rápido, ele percebeu que milhares de estudantes precisam desse serviço. Acionou as instituições para levantar a demanda e promete que começa já na volta às aulas do segundo semestre.

Primeiros passos

Amanhã a prefeitura realiza a Maratona de Bandas Estudantis. Iniciativa muito interessante da secretaria de Cultura, voltada aos jovens. Quinze bandas apresentarão composições inéditas no Parque da Uva. Haverá, ainda, workshow ministrado pelo experiente Trio em Transe.
O prefeito Miguel Haddad foi eleito prometendo mais atenção à juventude. Nesse sentido, a maratona é apenas um dos primeiros passos.

Texto publicado originalmente na coluna Mais Atitude!, que assino, aos sábados, no Jornal da Cidade.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A pior das doenças

A revista inglesa “The Economist” desta semana põe o dedo na ferida por onde sangram as oportunidades de desenvolvimento do Brasil: a qualidade da educação básica, tão defendida no discurso e esquecida na prática pelos governantes.
Mostra porque a renda per capita da Coréia do Sul é hoje quatro vezes superior à do Brasil apesar de igual na década de 70. Fere, por exemplo, saber que 45% dos chefes das famílias pobres brasileiras possui menos de um ano de escolaridade.
Já a Veja entrevista o economista americano James Heckman, prêmio Nobel pela criação de uma série de métodos precisos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educação.
Ele afirma que cada dólar gasto com educação básica gera dez centavos anuais para o Produto Interno Bruto (PIB) e prescreve: educação cedo, com a participação familiar, custa menos e é mais eficiente. Porém, para tratar tal patologia social é preciso antes curar a miopia de certos políticos.

Visões urbanas
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As pedras no meio do caminho

Em debate do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, atual secretário estadual de São Paulo, com o ministro Fernando Haddad, foi constatado que o despreparo dos professores é uma das principais pedras a serem tiradas do caminho para a melhoria da educação.
Paulo Renato falou da implantação de curso obrigatório, com duração de quatro meses, para todos os professores selecionados em concurso público, medida anunciada há pouco tempo dentro de uma verdadeira cruzada pela qualidade do ensino.
Jundiaí é pioneira na qualificação dos professores, com o um moderno centro de capacitação, localizado no complexo Argos. Logo no início do governo Miguel Haddad, foi anunciada também a implantação de espaço voltado à formação artística dos docentes.

Formar para além do horizonte

O psicanalista Jorge Forbes costuma observar que o mundo atual, globalizado, é o da horizontalidade, em substituição às referências verticais, como a figura do pai, na família, do chefe, na empresa, e do mestre, na escola.
Nesse contexto, é preciso ir muito além dos conceitos pedagógicos, preparar o professor para a diversidade e construir uma relação sem as pedras, frias e imóveis, do medo e da autoridade pela autoridade.

As ideologias no meio no caminho

No segundo ano do ensino médio, tive uma professora que vivia elogiando o ex-presidente Getúlio Vargas. Com emocional viés ideológico, jamais se referia a ele, por exemplo, como o ditador do “Estado Novo”.
Utilizar a educação básica como ferramenta para transformar cidadãos em peixinhos é tática manjada da velha política. O livro “A ilha roubada”, do jornalista Sandro Vaia, mostra, por exemplo, a obsessão do caquético regime de Fidel Castro em catequizar os cubanos.

Com quantos gigabytes se faz uma jangada

O livro de Sandro Vaia fala sobre o blog “Generación Y”, da filóloga cubana Yoani. Apesar da censura, ela encontrou um meio de expressar seu descontentamento com o atraso da ilha. Enquanto milhares de cubanos fogem do país mar afora, ela cruza o oceano embarcada na tecnologia e denuncia a verdade com verve repleta de inconformismo cidadão.

Acende o farol

O projeto “Adote um vereador”, que propõe um farol aos cidadãos para iluminar os mares do legislativo, já sofreu – como no caso do “Generación Y” –, inúmeras tentativas de desqualificá-lo.
Ele consiste no acompanhamento cotidiano dos trabalhos de um parlamentar e a publicação da visão do internauta num blog. Entre as profundezas desse oceano e a terra firme, há muito que nós, marinheiros de primeira viagem, nem desconfiamos.

Mares desfavoráveis para a renovação

A falta de cidadania dos brasileiros reflete não só o desânimo com a política, mas também a baixa qualidade da educação, que poderia formar cidadãos conscientes de que as mudanças nascem da democracia participativa.
Tão difícil quanto educar tarde é consertar políticos viciados. Já a renovação, oxigênio da democracia, se afoga sempre nas mesmas práticas. Em muitas localidades do país, há verdadeiros tubarões com caneta na mão e voto na câmara, perpetuados pelo assistencialismo e plenamente integrados ao sistema.
Disputar uma campanha pela primeira vez, sem recursos financeiros e apenas com a proposição de idéias, é coisa de peixe pequeno, dos quais os tubarões se alimentam.

Tenho muito mais para falar

Nunca escondi de que lado político estou. Sou filiado ao PSDB desde os 14 anos de idade, quando me engajei na campanha à reeleição do prefeito Miguel Haddad. Desde então, pouco tenho feito na minha vida além de mobilizar jovens em torno da renovação tucana – sobretudo de idéias e práticas.
Isso não significa, entretanto, que minha cabeça esteja rendida. Acredito no projeto iniciado por André Benassi e que Jundiaí é boa cidade em função das gestões competentes, mas não vou deixar de dizer o que penso, custe o que custar.
Quando eu estiver errado, me avisem com educação. Já aconteceu e consertei. A coluna, senhoras e senhores, é uma oportunidade para trazer à tona idéias afogadas pela unanimidade burra.

Texto originalmente publicado na coluna Mais Atitude!, que assino, aos sábados, no Jornal da Cidade.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pautados pelo atraso

O programa CQC, da TV Bandeirantes, perseguiu nesta semana o deputado federal Sérgio Moraes, que declarou recentemente se lixar para a opinião pública.
Relator do julgamento do comparsa Edmar Moreira – dono de um castelo milionário e contratante da própria empresa de segurança com verba pública –, não se utilizou da mesma sinceridade visceral diante das acusações de possuir casa de prostituição, receptar jóias e ligar para tele-sexo com conta paga pelo povo!
O único argumento do deputado foi acusar o repórter de “viado” e sair correndo dele pelos corredores do submundo. Mostrou a cara do atraso da política brasileira, que substitui a discussão sobre temas importantes como o avanço dos direitos civis por escândalos de corrupção e desfaçatez nas pautas da mídia.


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Sem credibilidade não se muda o país

Ao mesmo tempo em que o Congresso Nacional reclama do excesso de medidas provisórias (MPs) enviadas pelo presidente da República, cada vez mais gera motivos para cair no descrédito junto à opinião pública.
É certo que as MPs trancam a pauta e atrasam a votação dos projetos dos parlamentares, mas cada vez mais lhes falta credibilidade para mobilizar a sociedade em torno do avanço da democracia brasileira.

Em fase de crescimento

A ditadura militar retrocedeu no processo de amadurecimento da nossa democracia. Além dos ativistas políticos eliminados, muita gente boa, como observou o jornalista Paulo Francis no livro “Trinta anos esta noite”, simplesmente deixou a política e enveredou para o setor privado por medo de morrer.
José Sarney, que pertenceu ao partido da ditadura e assumiu a presidência com a morte de Tancredo Neves, hoje preside o Senado com o apoio de Lula, o operário eleito para “mudar tudo isso”.
A União Nacional dos Estudantes (UNE), que ajudou a cassar Collor, hoje senador e beneficiário de acordos com Sarney e Lula, foi tomada por partidos políticos escondidos sob bandeiras mofadas e permanece imóvel diante de fatos como o do castelo milionário do deputado Edmar Moreira.

...

Um dos ensinamentos mais importantes dos nossos pais é que confiança se perde uma vez só – e com ela a liberdade. Já na política, para a democracia avançar, se os políticos abusam da nossa confiança, temos que abusar da nossa liberdade.
Não faço apologia, claro, do anarquismo, mas da radicalização da democracia. O parlamento é nosso e nos cabe cuidar dele diariamente por que, como diz o ditado, “é o olho do dono que engorda o gado”.

Ele tem mais atitude!

O deputado federal Fernando Gabeira é um dos raros que se preocupa em provocar discussões que levem ao amadurecimento social. Fala sem pudor de temas como a descriminalização das drogas, legalização do aborto, união civil de homossexuais e meio ambiente – muito antes do assunto virar moda.
Questões que precisam ser excessivamente discutidas, mas que se encontram enroscadas na engrenagem enferrujada da política nacional.

Mau Exemplo local

Um mau exemplo local foi a aprovação pela Câmara Municipal por unanimidade burra do projeto de lei que proibia a distribuição gratuita da pílula do dia seguinte em Jundiaí, na contramão da diretriz do ministério da Saúde.
A pílula, distribuída mediante receita, pode ser comprada livremente nas farmácias por quem tem dinheiro. O Ministério Público impediu que tal injustiça social prevalecesse.

Bom Exemplo local

Costumo dizer que ao eleger o vereador Leandro Palmarini, o do projeto “Bicho Legal”, a população votou no que viu e acertou no que não viu. Não que a causa animal seja uma bandeira menor, mas ele reúne qualificação técnica, humildade e envolvimento com as questões importantes da sociedade para ir além dela.
Recentemente, o PSDB realizou uma palestra com um renomado professor de gerenciamento de cidades. Apesar de filiado ao PV, ele foi o único vereador que permaneceu até o fim e ainda me pediu que lhe enviasse o conteúdo projetado no data-show.

O poder para quê?

Em Jundiaí, pouco se ouve dos pretensos candidatos a deputado estadual e federal em 2010, de todos os partidos, sobre suas propostas.
A população vê no processo de definição das candidaturas uma mera luta pelo poder, em que se disputa o cargo como um objeto de desejo pessoal ou um novo degrau na carreira.

Texto originalmente publicado na coluna Mais Atitude!, que assino aos sábados no Jornal da Cidade.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Hoje entendo muito mais sobre segurança pública

Entrei de cabeça nas discussões sobre segurança pública. Além de promovermos via Conselho da Juventude a Conferência Livre, atuei como relator do eixo 5 da Conferência Municipal, a oficial. O eixo, que tratou do tema "prevenção social do crime e das violências e construção da paz", foi o com mais número de participantes. Grande experiência relatar um grupo com tanta gente boa, como delegados, advogados, diretores da prefeitura, membros dos Conselhos Comunitários de Segurança, além dos conselheiros da Juventude presentes. O trabalho de absorver as idéias e adaptar ao texto padrão foi um exercício muito enriquecedor. Aliás, o princípio do eixo 5 foi o mais votado pelos delegados e 4 diretrizes nossas constam do relatório final, que pode ser acessado neste link:

Os conselheiros da Juventude, da esquerda para a direita, juntamente com o secretário da Casa Civil, Juca Rodrigues, coordenador da Conferência: Edgar Borges, Fernanda Nucci, Márcio Ferrazzo e Tatiana Cuberos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Gente Jovem Reunida... e uma nova mudança em breve vai acontecer.

Recebi as reflexões do diretor de teatro Carlos Pasqualin sobre a Conferência Livre sobre Segurança Pública que o Conselho da Juventude realizou. Com muita sensibilidade, ele descreve o evento:

Jovens são convidados a discutir segurança. Sábado, dia que eles podem dormir até mais tarde, sair pro futebol, pra paquera, pro sorvete, não sair... dia de descanso, será que haverá público? Sim lá estavam eles, jovens de todos os cantos da cidade. Recebidos por outros jovens que cadastram e orientam os convidados a se acomodarem no Auditório Elis Regina onde assistem a uma palestra sobre segurança muito bem conduzida por dois oficiais da Polícia Militar. Os olhos de curiosidade e receio do tipo, “Que estou fazendo aqui?” começam a ter brilho e entendimento.
Em seguida Clarina abrilhanta o evento com sua voz e violão com sua vez e sua canção, com seu carisma e profissionalismo, ela própria se encanta em perceber o público “jovem” acompanhando músicas dos anos setenta, no mínimo temos aí música boa, que perdurou o tempo e jovens atentos. Ainda ao som de Clarina entra em cena O Performático Éos com o Analfabeto Político de Bertolt Brecht, performance curta, pensada pro jovem em sua carpintaria cênica e dramatúrgica, marcações coreográficas, típicas do grupo, desenharam e convidaram o jovem a refletir sobre o perigo do tema.
Pausa para o lanche. É chegada à hora das discussões, grupos são montados e em salas separadas são orientados, provocados e estimulados a dialogar com as questões de segurança, então aparecem desde a violência doméstica, a das ruas, o não dialogo familiar, a insegurança do “não” no primeiro emprego, os temores da sexualidade, o massacre sensacionalista da mídia, a precariedade na saúde, entre outros tantos assuntos os jovens debatem e montam um documento, orgulhosos por estarem sendo ouvidos e elaborando o que poderá vir a contribuir não só com seu próprio futuro, mas de todo o país.
Momento cultural em grande palco italiano montado na área externa, grupos de jovens, dançarinos, atores, cantores, instrumentistas, performers dividem o espaço e mostram sua arte, às vezes com orientação professoral, às vezes com técnica especializada, vezes com autodidatismo onde o próprio grupo se reúne e monta seu trabalho, grande emoção, me lembrei dos tempos de “teatrinho” na escola, me vieram imagens, de professoras, de locais, de grande euforia em fazer nossa arte, nosso teatrinho, até continuei... Meu maior orgulho em minha pasta de teatro é um certificado de melhor ator no Festival de Teatro da Escola Estadual Professor Francisco Napoleão Maia, situação idêntica a vivida pelos jovens nesse evento.
A minha sensação é que está aí uma proposta que aglomerou pessoas, organizadores, colaboradores, voluntários, artistas, políticos, ONGs, que aglomerou anseios, vontade de um bairro, uma cidade, um Brasil mais receptivo ao bem estar, aglomerou gritos de “eu não to aqui pra sofrer”, aglomerou olhares de jovens que voltam pros seus bairros de origem com a certeza de que um movimento interno aconteceu e sem dúvida levarão isso para o resto de suas vidas.
Parabéns a toda equipe, parabéns Conselho da Juventude!
Parabéns, Márcio Ferrazzo!