Encontrei no almoço o ambientalista José Arnaldo de Oliveira, citado na coluna de sábado. Ele me deu o toque, com seu entuasiamo idealista habitual, de ler seu artigo de hoje no jornal Bom Dia. Fala de uma bela idéia, a construção de uma ciclivia regada a valores históricos. Também aproveita para convidar para a imperdível 2ª Bicicletada, no final da tarde do dia 29. Aí vai:
Intervenção pública
Jundiahy é como eu chamo a área interfluvial entre os rios Jundiaí, Guapeva e do Mato, com uma grande colina no meio. É o centro histórico ampliado. Não sei o que nossos governantes e legisladores pensam, mas ando fascinado por um plano cicloviário em nossa cidade. Até por uma questão de segurança pública, como em Bogotá, mas também pelo valor do patrimônio envolvido.
Uma ciclovia que passe pela calçadão da rua Barão de Jundiaí, desça o escadão pelas curvas de nível, margeie o rio Guapeva onde sua várzea ainda tem mata e história.
E que depois ocupe uma faixa lateral da antiga ferrovia da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, a partir do viaduto São João Batista.
Isso permitiria a ligação direta com o SESC e o Jardim Botânico, de onde a ciclovia poderia bifurcar-se para o Parque da Cidade ou para a avenida Nove de Julho – esta, no córrego do Mato.
A vantagem desse plano é a existência de instituições como o Centro Paula Souza (Fatec), o Museu Ferroviário, a Associação dos Skatistas, o Museu Histórico (Solar), a Faculdade Pitágoras, o Complexo Argos, o Mercadão da Cidade, o Centro Esportivo Sororoca, a Associação de Preservação da Memória Ferroviária, o Museu da Energia, Os Monitores das Serra e outras no caminho.
A maior vantagem, entretanto, está em que uma ciclovia é uma obra barata e sustentável. Se o acordo entre a prefeitura e as empresas de logística (como são MRV e ALL) não for definitivo, o custo vale mesmo para alguns anos.
É difícil pensar como um projeto público pode ser mais democrático, mas imagino que as famílias que ocupam casas da antiga ferrovia deveriam permanecer. Afinal, o ambiente não pode ser definido apenas por proprietários de terrenos especulativos.
Estamos equivocados ao tratar como patrimônio somente o museu ou as oficinas ferroviárias. Trata-se de toda a sua extensão, pelo menos entre os rios Guapeva e Jundiaí.
Estou convicto de que muitos turistas do trem gostariam da opção de alugar uma bicicleta para mergulhar na história da Paulista, verem dormentes do tempo do Horto Florestal, visitarem o museu e até o Jardim Botânico.
Será que chegaram a conhecer o 360 graus do Pardal? Com todo respeito ao currículo do secretariado da prefeitura, esse assunto mereceria um concurso de projetos para ser um modelo. Seria por meio de edital, que poderia ser financiado pelas compensações ambientais do município (vejam como no site da Rede Brasileira de Fundos Socioambientais) ou fundos externos de modernização urbana.
Os túneis previstos para a região, imagino, não interferem no potencial da ciclovia.
Essa idéia, de espírito comunitário e que exige apenas boa vontade de trabalhar, resultou de inquietações sobre assuntos como segurança e patrimônio (públicos, obviamente). Neste mês o time de futebol que surgiu da ferrovia completa 100 anos, como já aconteceu com o Grêmio CP e com o Gabinete de Leitura. Ah, tem outra bicicletada prevista para o final da tarde do dia 29.
José Arnaldo de Oliveira
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